segunda-feira, 9 de junho de 2008

A União Faz a AIDS.

Era uma vez uma família de membros do corpo, cada qual com sua função, eram todos muito felizes, até que o primeiro danou-se a dizer que, sem sua existência o resto era somente o resto, isso basicamente seria normal, não fosse esse semeador da discórdia arrumar sua trouxa de camisas e largar o corpo pra trás e correr o mundo.

Pronto, o barraco estava armado, mão para um lado, braço pro outro, o tronco foragido, pernas correndo o mais distante que pudessem... queriam mostrar uns para os outros que podiam sair por ai , e serem independentes, viverem suas vidas do jeito que lhes desse vontade.

As mãos acabaram por se prostituir numa casa de massagem terapêutica, os braços estão cruzados, as pernas chegaram ao longe, mais brigaram com os pés e também estão cruzadas agora, logo um pé brigou com o outro e a ultima noticia que se ouviu sobre ambos é que não há noticia nenhuma.

O pênis, durante a fuga de uma cadela, acabou por cair numa churrasqueira e disseram ser carne de terceira, a única parte que se deu bem foi a bunda, montou uma banda de ‘’rock’’ do qual é vocalista. Ganhou prêmios, tornou-se ídolo nacional, seu maior sucesso é ‘’o buraco é mais embaixo’’.

Mas aconteceu do cú brigar com a bunda, que saiu em busca pelos irmãos e conseguiu, depois de muitos gestos por sinais, promover um grande reencontro entre os membros, que atingiu seu clímax, quando todos concordaram em voltar a ser uma família, já que o catalisador da separação não mais existia.

Um banzo* porém se abateu sobre o corpo reconstituído, pois sabiam que apesar de mal educado, estúpido, grosso e egoísta o pênis era o único capaz de fazer o grupo prosperar e plantar novas gerações, o prazer sexual também seria um ausente, já que o cú negava-se de antemão a substituí-lo nessa função.

Resolveram mudar de estratégia e adotaram uma vagina, que por sua vez era educada, inteligente, fina, e nem um pouco egoísta, alias tudo que lhe pediam ela dava, ganhou confiança, e foi botando as abinhas de fora, até que um dia, ela pegou AIDS, espalhando destruição pelo resto do corpo, causando o trágico fim de toda a família...


Moral: o ser humano é egoísta por si próprio, e tarado(a).

Leandrin - 21/05/07 - Crônicas secas

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